Denominação: Cravo
Classif. Organológica: Cordofone de teclas, pinçado com plectro
Autoria: Pascal-Joseph Taskin (1723-1793)
Local / Datação: Paris (França) / 1782

Cravo do construtor belga Pascal-Joseph Taskin que se radicou em Paris, tendo sido aprendiz na oficina da família Blanchet, à época, célebre e dotada de ilustres mestres. Taskin viria a herdar a oficina, a adquirir os seus títulos e a ser aceite na Corporação de Construtores e na Casa Real como construtor do Rei. Foi exactamente a pedido do Rei Luís XVI, para oferecer à sua irmã Maria Anna Clotilde, que construiu este instrumento.
Além de construírem e repararem os seus próprios instrumentos, era prática desta oficina fazer alterações nos primeiros cravos flamengos, daí que este cravo de 1782 incorpore elementos de um outro construtor de primeiro plano, Andreas Ruckers, em particular a rosácea e o tampo harmónico decorado com motivos florais, em cujo frontal se pode ler a inscrição “Andre Rukuers Anee 1636”.
Concebido no modo mais luxuoso possível, é de destacar a caixa com chinoiserie relevada e policromada de muito boa qualidade, onde surgem representadas cenas de caça, da vida quotidiana e executantes de alaúde, sinos, trombeta e viola.
Trata-se, por conseguinte, de um instrumento de inestimável valor cultural pela sua raridade (apenas 8 cravos com assinatura Taskin chegaram aos nosso dias), razoável estado de conservação, e enorme valor estético, organológico e científico, onde, como atestam alguns detalhes de construção fora do comum, é possível reconhecer a assinatura de um prestigiado construtor de cravos.
Reveste-se ainda de enorme valor histórico pela ligação a figuras relevantes da aristocracia europeia como os referidos Luís XVI e irmã ou o Rei Umberto II de Itália que o ofereceu à Marquesa do Cadaval, aquando do seu exílio no nosso País.

Madeira; teclas naturais em capas de ébano; teclas acidentais em capas de osso
C. 2317 mm
Museu da Música, inv. n.º MM 1096