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.:: Ensemble Scaramuccia PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Sábado, 25 de Fevereiro de 2017 // 18:00 h

Ensemble Scaramuccia Concerto do Ensemble Scaramuccia, onde serão apresentadas, pela primeira vez em Portugal, obras inéditas de Antonio Vivaldi. Organização: Associação dos Amigos do Museu Nacional da Música. Bilhetes - Normal 5,00 / Sócio - 3,00.

 


SOBRE O ENSEMBLE SCARAMUCCIA E OS SEUS MÚSICOS

 

O Ensemble Scaramuccia foi fundado em 2013 por iniciativa do violinista Javier Lupiáñez com a ambição de redescobrir o repertório barroco menos conhecido. O espírito de Scaramuccia deseja dar vida a todo esse repertório que se ouvia não só nos lugares mais requintados, mas também nas tavernas e ruas do período barroco. Na preparação de cada programa e concerto é feita uma pesquisa e estudo aprofundado a fim de redescobrir aquelas relíquias musicais escondidas e perdidas entre a vasta literatura musical do barroco maioritariamente interpretada.


O Ensemble Scaramuccia iniciou o seu trajeto no Fringe do Festival de Utrecht e no Fringe do Festival de Bruges em 2013 e desde então tem vindo a desenvolver uma intensa carreira nos Países Baixos, Bélgica, Reino Unido e Itália. Entre as várias apresentações em concerto é de salientar a participação no Festival de Artes de Maldon (Reino Unido), no Museu da Música “Vleeshuis” (Bélgica), na temporada de concertos Kasteelconcerten (Países Baixos) Echi Lontani (Itália) ou no Internationaal Kamermusiek Festival Utrecht – Janine Jansen e Amigos (Países Baixos).

 

O interesse em descobrir novo repertório barroco proporcionou a este ensemble a oportunidade de tocar em estreia mundial duas obras de Vivaldi, numa emissão gravada ao vivo e transmitida em 2014 pela rádio holandesa Concertzender, no programa “De Musyck Kamer”.

 

Em Novembro de 2015 gravaram o seu primeiro CD com a discográfica Ayros, dedicando­-o à nova música de Vivaldi e a obras recentemente descobertas para violino e baixo contínuo.

Em 2016 foram distinguidos com o prémio do público para melhor ensemble do concurso internacional Göttinger Reihe Historischer Musik 2015/2016 (Alemanha).

 

Imprensa:
“Etwas Besseres kann einem Konzertpublikum nicht passieren” / “Nada melhor pode acontecer a um público”
Jens Wortmann, Kulturbüro Göttingen (Alemanha)

 


JAVIER LUPIÁÑEZ (violino barroco e direção)

 

Francisco Javier Lupiáñez Ruiz iniciou os seus estudos musicais na sua cidade natal, Melilla (Espanha). Depois de muito estudar consegue uma grande coleção de diplomas e graduações: violino moderno; Mestrado em Musicologia; graduação como professor de educação musical. Terminou o seu Mestrado com “distinção” em violino barroco, com Enrico Gatti no Conservatório Real de Haia, por ter descoberto novas obras de Vivaldi.

 

Apresenta-se regularmente como solista e líder de diferentes grupos e orquestras tais como: Orquestra Barroca de Salamanca, Academia Barroca Europeia de Ambronay, Academia Montis Regalis, entre outras.

 

Orgulha­-se de ter partilhado o palco com artistas como Frans Brüggen, Sigiswald Kuijken, Amandine Beyer, Olivia Centurioni, Enrico Onofri, Enrico Gatti, Peter Van Heyghen, Inés Salinas e tantos outros. É membro fundador do ensemble “Les Esprits Animaux”, sendo a sua programação e conceito de concerto apreciada por críticos e público.

 

Javier desenvolve uma intensa carreira com Música de Câmara com diferentes grupos por todo o Mundo. Toca regularmente em Espanha, Portugal, França, Itália, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Reino Unido e Países Baixos e gravou para Harmonia Mundi, Ayros, France Musique, Musiq3, Concertzender e Radio Klara. Javier toca num instrumento construído por Verbeek em 1682, pertencente e cedido pela Fundação Holandesa de Instrumentos Musicais.

 

Imprensa:

- “the firmly eloquent violin of Javier Lupiáñez” GRAMOPHONE, March 2012

​- “Francisco Javier Lupiáñez possède un jeu diabolique, quelque part entre Paganini et Méphistophélès. Son archet déploie tous les motifs de la séduction : rubatos enjôleurs, glissandos imperceptibles, rythmes ensorceleurs… Ces audaces esthétiques s’appuient sur une technique impeccable” Pierre-Carl Langlais, Qbuz

- “le violon virtuose et goûteux de Francisco Javier Lupiañez”, ODB-Opéra

 


INÉS SALINAS (Violoncelo barroco)

 

Nascida em 1985 em Zaragoza (Espanha), Inés é especializada na interpretação histórica do violoncelo e da viola da gamba. Atualmente a residir em Haia, Países Baixos, é fundadora dos grupos Scaramuccia, Duo Graziani e La Máquina del Tiempo.

Possui a licenciatura e mestrado concluídos no Conservatório Real de Haia, onde estudou sob a orientação de Jaap ter Linden e Lucia Swarts (violoncelo histórico) e Mieneke van der Velden (viola da gamba). Também recebeu orientação de Gaetano Nasillo, Hidemi Suzuki, Itziar Atutxa, Enrico Gatti e Olivia Centurioni, entre outros...

 

Concluiu a Licenciatura em violoncelo clássico no Conservatório Superior de Música de Aragón em Zaragoza (Espanha), tendo estudado com Ángel Luis Quintana, Cuarteto Casals e Cuarteto Quiroga.

 

Inés é uma apreciadora devota da música Italiana do meio do barroco em especial da música Napolitana, tendo dedicado a sua tese de mestrado ao repertório Napolitano para violoncelo do princípio do século XVIII, um tópico que continua a explorar. Tocou com diversas orquestras como por exemplo: Britten­ Pears Baroque Orchestra (Reino Unido); Orquestra Barroca Conde Duque (Espanha); e I Giovani della Montis Regalis 2013 (Itália)

 


PATRÍCIA VINTÉM (cravo)

 

Cravista portuguesa, descobriu o gosto pela música aos 7 anos, iniciando os seus estudos no violino e mais tarde no cravo em Viana do Castelo, na Fundação Átrio da Música. A paixão e ambição de aprofundar os seus conhecimentos no âmbito da Música Antiga fê-la iniciar um percurso musical que a levou a concluir, em 2009, na Escola Superior de Música de Lisboa, a Licenciatura em Cravo com a Professora Ana Mafalda Castro e, no Conservatório Real de Haia (Países Baixos), a licenciatura (2013) e o Mestrado (2015) em Música Antiga (Cravo), sob a orientação de Jacques Ogg e Fabio Bonizzoni.

 

Como fundadora do laureado ensemble Les Esprits Animaux e Duo Vintém & Lupiáñez e membro do ensemble Scaramuccia, tem vindo a desenvolver uma intensa carreira profissional em diversos festivais e salas de concerto por toda a Europa e Japão. Já conta com três CD’s na sua discografia enquanto músico dos ensembles referidos. Teve ainda oportunidade de gravar para rádios internacionais tais como: France Musique (França), Radio Klara, Musiq3 (Bélgica) e Concertzender Nederlands (Países Baixos).

 

+INFO:
- http://www.scaramucciaensemble.com/
- https://www.facebook.com/scaramucciabaroque

 


NOTAS DO PROGRAMA POR JAVIER LUPIÁÑEZ

 

Não é exagerado afirmar que Vivaldi é um dos compositores mais famosos de todos os tempos e, mesmo assim, ainda se está a descobrir o seu legado. O presente programa do Ensemble Scaramuccia apresenta as últimas e mais recentes descobertas vivaldianas no âmbito da música de câmara, incluindo também duas descobertas inéditas do compositor veneziano, interpretadas pela primeira vez este ano. Ainda que a totalidade do programa raramente seja interpretada dada a novidade das peças, podemos dizer sem receio que estas novas descobertas nunca foram escutadas em Portugal.

 

Este projeto foi gravado em CD pela editora discográfica Ayros em Novembro de 2015 e as descobertas tiveram cobertura da imprensa a nível mundial aquando do lançamento do disco em 2016.

 


Duas novas Sonatas de Vivaldi

 

O ano de 2015 trouxe-nos a descoberta de duas peças vivaldianas: “Trio Sonata para violino e Violoncelo em Sol Maior”, identificada como um trabalho genuinamente vivaldiano pelo estudioso italiano Federico Maria Sardelli e pelo violinista e investigador Javier Lupiáñez em 2014 (catalogada recentemente como RV 820) e “Sonata para violino e contínuo em Lá Maior”, descoberta por Javier Lupiáñez e incluída no catalogo vivaldiano (RV) no final de 2015.

 

Ambas as peças fazem parte da coleção de Pisendel em Dresden. Por certo, Dresden é uma das maiores bibliotecas com obras de Vivaldi na Europa, e isso deve-se a Georg Pisendel, concertino da orquestra da corte de Dresden, que, durante a primeira metade do século XVIII, reuniu uma incrível quantidade de música de câmara, sobretudo de autores Italianos e de Vivaldi.

 

Pisendel tinha um grande interesse e apreço pela música de Vivaldi uma vez que este, além de seu professor, foi também um grande amigo.

 

De um ponto de vista musicológico uma das melhores razões para atribuir estas peças a Vivaldi é sem dúvida a grande quantidade de concordâncias temáticas com outras das suas obras. Um dos exemplos mais significativos, encontra-se no primeiro movimento da “Sonata em Lá Maior para violino e contínuo”, que é na realidade uma reutilização do segundo movimento do “concerto para violino em Ré Maior RV 205”. Para além disso, é possível identificar mais de cinquenta referências a outras obras do compositor veneziano, assim como recursos formais que são descritos como unicamente vivaldianos. Esta nova descoberta foi incluída no catálogo oficial das obras de Vivaldi em 2015.

 

“Trio Sonata em Sol Maior” foi identificada como uma obra prematura de Vivaldi, em trabalhos independentes dos investigadores Federico Maria Sardelli e Javier Lupiáñez. A peça foi também recentemente incluída no catálogo vivaldiano como RV802 e é a primeira obra composta conhecida de Vivaldi.

 

Esta trio sonata apresenta-nos um Vivaldi bastante diferente do que estamos acostumados. Mostra-nos, por um lado, o jovem Vivaldi, profundamente influenciado pelo seus maestros e a corrente de composição do século XVII (é fácil reconhecer o gosto de Corelli, Bonporti ou Torelli) e, por outro, o génio e originalidade do Vivaldi que conheceremos mais tarde.

 

A descoberta e a atribuição desta sonata a Vivaldi é crucial para entender as raízes do seu estilo, assim como para melhor compreender as mudanças estilísticas e de gosto musical que se sentiram no princípio do século XVIII.

 


As mais recentes descobertas Vivaldianas

 

Junto com as novas descobertas, o programa inclui também as últimas sonatas descobertas de Antonio Vivaldi.

 

A “Sonata RV 810” também se encontra em Dresden e foi considerada anónima até 2007. A autoria vivaldiana foi-lhe concedida graças aos laços que tem com a sonata para flauta RV806, descoberta não muito antes em Berlim e também atribuída a Vivaldi pela grande concordância temática a outras peças originais vivaldianas. A Sonata RV810 foi composta por volta de 1710 e a cópia que chegou até nós está escrita por Pisendel. É provável que Pisendel tenha copiado a sonata do original na sua viagem a Itália em 1717, onde se encontrou com Vivaldi.

 

A única cópia conhecida da “Sonata RV 816” encontra-se num manuscrito inglês de música para órgão conservado pela Fundação Geral Coke Handel de Londres. A sonata foi identificada, em 2011, como uma obra genuinamente vivaldiana pelo professor Michael Talbot, musicólogo eminente e especialista em Vivaldi. Composta também por volta de 1710, esta sonata desenvolve um estilo brilhante e fluido que denota algumas peculiaridades ao nível da composição, como é o exemplo do primeiro movimento, escrito em forma de cadência sobre uma nota pedal, caso único na literatura de sonatas a solo de Vivaldi.

 

A “Sonata Anónima em Ré Maior” faz também parte da coleção de Pisendel em Dresden. Como a RV810, foi copiada por Pisendel durante a sua estadia em Itália em 1717. Durante essa mesma viagem, Pisendel copiou e compilou uma grande quantidade de música de maestros italianos: Montanari, Albinoni, mas sobretudo obras de Vivaldi. Muitas dessas partituras carecem de assinatura e a sua autoria permanece anónima ainda que a música revele um grande maestro desconhecido por detrás da composição. Esta sonata anónima partilha muitas características das últimas descobertas vivaldianas interpretados neste programa. Para além do estilo e da qualidade da música, todas estas sonatas foram esquecidas e não foram interpretadas até há muito pouco tempo somente porque não conhecíamos o nome do seu autor.

 


A interpretação

 

A improvisação e a ornamentação eram uma prática comum no século XVIII. Tal como Charlie Parker, Miles Davis, Thelonious Monk e outros grandes improvisadores do mundo do Jazz, os grande maestros do barroco desenvolveram o seu estilo de improvisação de uma forma muito pessoal e característica. Estes intérpretes-compositores, como Vivaldi ou Pisendel, foram figuras únicas na sua época e não é de estranhar que ao aproximarmo-nos das suas improvisações descobrimos uma prática que pouco tem a ver com a prática comum da época ou com o que se descreve nos métodos de improvisação, destinados a um público mais geral. Graças ao estudo de certas fontes é possível fazer uma ideia de como estes maestros improvisavam e ornamentavam durante as suas interpretações.

 

O caso de Pisendel é bastante significativo, uma vez que nos deixou uma grande coleção de partituras com anotações para as suas próprias interpretações na corte de Dresden. A variedade destas anotações é bastante ampla: desde pequenos pontos na partitura em modo de orientação para a improvisação, a adição de grandes passagens como pontes entre movimentos, ou, anotações que oferecem várias ideias e esquemas para uma mesma passagem. É bastante revelador descobrir a valentia e brio de Pisendel, quando propõe ornamentações rápidas e virtuosas até em passagens rápidas; acrescentando arpejos, cordas duplas ou grandes saltos nos movimentos lentas (técnicas que serão mais habituais no resto da Europa umas décadas mais tarde).

Vivaldi também deixou algumas pistas sobre a sua forma de improvisar. Para além dos ornamentos escritos que deixou nos movimentos lentos dos seus concertos, encontrámos também uma fonte valorosíssima a esse respeito no “Cuaderno de Anna Maria”. Anna Maria dal Violino foi concertino na orquestra do Ospedale della Pieta e aluna de Antonio Vivaldi e compilou num caderno, preservado no Conservatorio di Musica "Benedetto Marcello" (Veneza), vários concertos dedicados a ela e compostos por Vivaldi, onde entre eles se encontram várias cadências e versões ornamentadas de alguns dos movimentos.

 

O estilo de improvisação de Vivaldi é muito original e atrevido para os padrões da época. Um gosto especial pelo cromatismo, a introdução de antecipações harmónicas (às vezes tocava na parte do violino a harmonia pertencente ao acorde seguinte, o que produz grandes dissonâncias com o baixo e incrementa a tensão harmónica de uma forma incrível) ou a sua afinidade singular com os padrões musicais irregulares, confirmam uma parte da linguagem pessoal que somente podemos imaginar.

Mas improvisação é só uma parte da nossa investigação sobre a interpretação destas peças. Outro caso do estudo particular deste repertório é o uso da “Teorba Weiss”, o instrumento usado por Sylvius Leopold Weiss na realização do contínuo em Dresden durante o período no qual Pisendel tocou estas sonatas.

 

Todas estas ferramentas permitem-nos conhecer melhor a linguagem na qual estas sonatas foram compostas e decifrar o discurso contido nestas partituras escritas há várias centenas de anos por Antonio Lucio Vivaldi, um discurso cheio de liberdade e paixão, um discurso como uma única razão de ser: emocionar quem o escuta.

 


PROGRAMA

 

Sonata para violino e continuo em Ré Maior – Anónimo italiano (Dresden)
Adagio – Allegro – Largo – Allegro

 

Trio Sonata para violino, violoncelo e continuo RV 820 – Nova Descoberta (Sardelli/Lupiáñez, 2014)
[Allegro] – Adagio – [Violino] Solo – Violoncelo solo – Allegro

 

Sonata para violino e continuo em Ré Maior RV 810 – Descoberta recente (Delius, 2007)
Andante – Allegro – Largo – Allegro

 

Sonata para violino e continuo em Lá Maior – Nova Descoberta (Lupiáñez, 2015)
Adagio – Allegro – Largo – Allegro

 

Sonata para violino e continuo em Ré Maior RV 816 – Descoberta recente (Talbot, 2011)
Allegro – Allegro – Largo – Allegro