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.:: Um Músico, Um Mecenas | D. Vinagre e M. Jalôto PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Sábado, 13 de Janeiro de 2018 // 18:00 h

Diana Vinagre e Miguel Jalôto No último concerto da temporada 2017 do ciclo "Um Músico, Um Mecenas". Diana Vinagre no violoncelo Galrão de 1769 e Miguel Jalôto no Pianoforte Van Casteel de 1763 interpretam “Tormentos, Congojas y Tristezas: Paroxismos sentimentais e outras histórias”. A entrada é livre.

 

SOBRE OS INSTRUMENTOS HISTÓRICOS DO MUSEU

 

O VIOLONCELO “GALRÃO”, 1769 (inv. N.º MM 40)

 

Joaquim José Galrão (ou Galram, como também assinava) foi um fabricante muito hábil de instrumentos de cordas que teve a sua oficina em Lisboa, durante o séc. XVIII, e o melhor construtor português de violinos e violoncelos da época. Destaca-se de todos os outros pelo requinte dos instrumentos que produziu, mas sobre a sua vida pouco sabemos. No Diccionario Biographico de Musicos Portuguezes de Ernesto Vieira (edição de 1900), podemos ler: (…) Apezar de serem estimadíssimos e cotados por elevado preço os raros instrumentos de Galrão que teem apparecido, viveu elle bem obscuramente, pois que ainda não pude obter a seu respeito a mais insignificante noticia biographica. Apenas poderei, por agora, reproduzir o que se sabe pelos disticos dos instrumentos, nos quaes se lê a data em que os construiu (...) No museu de el-rei o senhor D. Carlos, creado por seu fallecido pae, guardam-se com grande estimação dois violinos, uma viola e um violoncello d'este fabricante, que tem a seguinte etiqueta: Joachim Joseph Galram, fecit Olesiponae 1769. (…)

 

A arte dos instrumentos que Joaquim José Galrão produziu revela que não era um autodidata, mas não se conhece nenhuma pista sobre a sua aprendizagem. No entanto, tanto o estilo de construção como a presença, à época, de músicos italianos na Capela Real, sugerem esta influência estrangeira como uma boa hipótese.

 

Existem cinco instrumentos deste construtor na coleção do Museu Nacional da Música (dois violinos, dois violoncelos e uma viola). Há também um violoncelo que se encontra no Conservatório Nacional, um violino no Conservatório do Porto, e são conhecidos mais três exemplares em coleções particulares.

 

Embora Ernesto Vieira aponte o início do séc. XIX como a data da morte de Galrão, o que se pode ler na etiqueta de um outro violoncelo desta coleção (do construtor Félix Dinis, datado de 1797), leva-nos a uma conclusão diferente: “Felis Antonio Dinis a fes em casa/da Viuva de Galram Anno de 1797”. Deduz-se então que Galrão terá falecido entre 1794 (data de execução do seu instrumento mais recente) e 1797 (data do violoncelo da autoria de Felis Antonio Dinis, provavelmente seu discípulo).

 


PIANOFORTE “VAN CASTEEL”, 1763 (inv. n.º MM 425)

 

Instrumento construído em Lisboa por Henrique van Casteel, construtor flamengo radicado em Portugal, que esteve ativo durante uma década em Lisboa e se instalou posteriormente em Bruxelas. Este exemplar é um dos raríssimos pianofortes de construção portuguesa hoje existentes no mundo, semelhante ao construído na oficina Antunes em 1767 e conservado no Museu Vermillion dos Estados Unidos da América. O pianoforte era conhecido em Portugal no séc. XVIII como "cravo de martelos", distinguindo-se assim dos chamados "cravos de penas". Designação plena de sentido, não apenas quando observamos os instrumentos congéneres que são efetivamente cravos e que com eles partilham a exacta forma e dimensões, mas também por ser a mesma que o inventor do instrumento utiliza: "gravecembalo col piano e forte", ou "cimbalo di martelletti", e que se manteve em uso em Itália no séc. XVIII. O pianoforte foi inventado, segundo o testemunho do veronês Scipione Maffei, por Bartolomeo Cristofori, em 1698. Cristofori começou a exportar os seus instrumentos para toda a Europa, sobretudo para o Sul, e Portugal terá desempenhado um papel muito importante nesta difusão. À semelhança do patrono daquele, Fernando de Médicis, também o Infante D. António de Bragança, irmão de D. João V, nutria a curiosidade por inovações musicais e instrumentais. Em 1732, é o Infante o dedicatário da primeira coleção expressamente concebida para o novo pianoforte: as “Dodeci Sonate” de Lodovico Giustini di Pistoia. A dedicatória reflete o prestígio de representantes da Corte Portuguesa entre os mais ativos círculos musicais italianos na primeira metade de Setecentos.

 

José Carlos Araújo, "Nos 250 anos do pianoforte van Casteel (1763)", Glosas X (2014), pp. 57-58 (adaptação do texto original)

 


SOBRE OS MÚSICOS-MECENAS

 

DIANA VINAGRE - Após a conclusão dos seus estudos na Academia Nacional Superior de Orquestra em Lisboa, na classe de Paulo Gaio Lima, o interesse que alimenta ao longo de vários anos pelas Práticas Históricas de Interpretação levam-na à Holanda. Ingressa no Conservatório Real de Haia no Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação na classe de violoncelo barroco de Jaap ter Linden. Nesta Instituição conclui a Licenciatura e seguidamente o Mestrado, com distinção.

 

Desde que se dedica à prática do violoncelo histórico, colabora como free-lancer com vários agrupamentos:, Orquestra do séc XVIII, New Dutch Academy, B’Rock, Orchestra of The Age of Enlightenment, Irish Baroque Orchestra, Holland Baroque Society, Al Ayre ESpañol, Divino Sospiro, Forma Antiqua e Orquestra Barroca da Casa da Música. Toca regularmente sob a direção de Enrico Onofri, Laurence Cummings, Mark Elder, René Jacobs, Vladimir Jurowsky, Simon Murphy, Bartold Kuijken, Christina Pluhar, Elizabeth Wallfisch, Alfredo Bernardini, Rinaldo Alessandrini, Frans Bruggen, Lars Ulrik Mortensen, Alexis Kossenko, Chiara Banchini. Em 2007 foi selecionada para integrar a Orquestra Barroca da União Europeia tendo-se apresentado como solista em várias ocasiões. No ano letivo 2006/7, foi detentora da bolsa de estudo para investigação de Mestrado, “Honnours Programme”, concedida pelos Conservatórios de Haia e de Amsterdão. Realizou várias gravações com o Divino Sospiro, Sete Lágrimas, Wallfisch Band, Orquestra Barroca da União Europeia, Forma Antiqua. Além da sua atividade como free-lancer em vários países europeus, é o primeiro violoncelo da Orquestra Barroca Divino Sospiro. Em 2009 funda o Ensemble Bonne Corde que se especializa em repertório do séc. XVIII, tendo o violoncelo como ponto de partida. Neste momento Diana encontra-se a realizar um estudo de Doutoramento sobre o violoncelo em Portugal c.1750-1834 na UNL-INET sob orientação do Prof. Rui Vieira Nery, com uma bolsa de estudos do FCT.

FERNANDO MIGUEL JALÔTO - Completou os diplomas de Bachelor of Music e de Master of Music em Cravo no Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação do Conservatório Real da Haia (Países Baixos), na classe de Jacques Ogg. Frequentou masterclasses com Gustav Leonhardt, Olivier Baumont, Ilton Wjuniski, Laurence Cummings e Ketil Haugsand. Estudou também órgão barroco e clavicórdio, e foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro e presentemente é Doutorando em Ciências Musicais | Musicologia Histórica na Universidade Nova de Lisboa, sob orientação de Rui Vieira Nery e Cristina Fernandes e como Bolseiro da FCT.

 

É fundador e diretor artístico do Ludovice Ensemble, um dos mais ativos e prestigiados grupos nacionais de Música Antiga. É membro da Orquestra Barroca Casa da Música e colabora com grupos especializados internacionais tais como Oltremontano e La Galanía. Apresentou­‑se em vários festivais e inúmeros concertos em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Áustria, Polónia, Bulgária, Israel e Japão. Toca regularmente com a Orquestra Gulbenkian (Lisboa) e apresentou­‑se com a Lyra Baroque Orchestra (Minnesota), a Real Escolania de San Lourenço d’El Escorial, a Orquestra da Radiotelevisão Norueguesa, a Camerata Academica Salzburg, a Orquestra de Câmara da Sinfónica da Galiza, a Orquestra Nacional do Porto e a Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras. Foi membro da Académie Baroque Européenne de Ambronay e da orquestra barroca Divino Sospiro. Trabalhou sob a direção de Ton Koopman, Roy Goodman, Christina Pluhar, Christophe Rousset, Fabio Biondi, Antonio Florio, Harry Christophers, Andrew Parrott, Rinaldo Alessandrini, Chiara Banchini, Enrico Onofri, Alfredo Bernardini, Laurence Cummings, Jaap ter Linden, Elizabeth Wallfish, Christophe Coin, Dirk Snellings, Wim Becu e Paul McCreesh, entre muitos outros. Gravou para a Ramée/Outhere (com o Ludovice Ensemble, tendo sido nomeado para os prestigiantes ICMA awards em 2013 na categoria de "Baroque Vocal"), Brilliant Classics (Integral das Suites para Cravo solo de Dieupart), Dynamic (Concerto para cravo em sol menor de Carlos Seixas), Glossa Music, Parati e Anima & Corpo, bem como para as rádios portuguesa, alemã e checa, e os canais televisivos Mezzo, Arte e RTP. Na temporada de 2017/18, destacam-se os recitais a solo na Casa da Música (cravo) e em São Vicente de Fora (órgão), bem como o concerto de abertura do Festival Monteverdi no CCB, com o Ludovice Ensemble, em que dirige as famosas Vésperas de 1610. Regressa também ao Grande Auditório da Gulbenkian para dirigir um concerto de música barroca judaica de tradição sefardita, e um programa dedicado à Paz, com obras de Charpentier e Lully.

 


PROGRAMA

TARQUINIO MERULA (1594/95-1665)
- “Canzonetta Spirituale sopra alla nanna - da Curtio precipitato et altri capricii, libro secondo”
(arranjo para violoncelo solo)

ANTONIO VIVALDI (1678-1741)
- Largo
(do Concerto para violoncelo em mib maior RV408)

CARL PHILLIPP EMANUEL BACH (1714-1788)
- L’Hermann, Wq.117/23, H.92

FRANCESCO GEMINIANI (1687-1762)
- Andante
- Presto
(da Sonata op.5 n.2 em ré menor para violoncelo e baixo contínuo)

J. S. BACH (1685-1750)
- Coral “Nu komm, der Heiden Heiland”, BWV 659
(arranjo para violoncelo e cravo)

- Coral “Liebster Jesu, wir sind hier”, BWV 731
(arranjo para violoncelo e órgão)

LUDOVICO GIUSTINI DI PISTOIA (1685-1743)
- Sarabanda: Grave – da Suonata I da Cimbalo di Piano e Forte

JEAN-BAPTISTE BARRIÈRE (1707-1747)
- Larghetto, da Sonata VI em dó menor para violoncelo e baixo contínuo - Livro II

ANTONIO VIVALDI (1678-1741)
- Largo
- Allegro poco
(da Sonata em lá menor para violoncelo – RV 44)

J.S.BACH
- Sarabande, da Suite V em dó menor para violoncelo solo, BWV 1010

CARL PHILLIPP EMANUEL BACH
- Les Langueurs Tendres Wq.117/30, H.110

GIOVANNI BONONCINI (1670-1747)
- “Chi d’amor tra le catene”, dos “Duetti da camera a due canti”, op.8
(arranjo para violoncelo e cravo)

J.S.BACH
- “Agnus dei”, da Missa em si menor BWV232
(arranjo para violoncelo solo)

GIOVANNI LEGRENZI (1626-1690)
- “Lumi potete piangere”, da ópera “La Divisone del Mondo”
(arranjo para violoncelo solo)

 

 

SOBRE O CICLO “UM MÚSICO, UM MECENAS”

 

“Um Músico, Um Mecenas” é um ciclo de concertos de entrada livre organizado pelo Museu Nacional da Música e que tem como objetivo divulgar o importante acervo do Museu, dando voz a tesouros nacionais e instrumentos de valor histórico único da sua coleção, considerada uma das mais ricas da Europa.

 

Os concertos deste ciclo são autênticas viagens a este espólio, conduzidas por grandes intérpretes nacionais e internacionais, que dão a conhecer os instrumentos através de concertos comentados e de uma contextualização histórica estendida, muitas vezes, ao repertório escolhido.

 

A interpretação, a necessária manutenção dos instrumentos musicais e a comunicação da história de cada um deles são fatores intimamente ligados e que resultam numa ação concertada entre o Museu Nacional da Música e os Mecenas do ciclo (músicos, construtores / restauradores e outros parceiros).

 


«UM MÚSICO, UM MECENAS 2017»

 

13 de Maio
Guitarra portuguesa de Kim Grácio (c. 1959)
António Chainho
por António Chainho

 

18 de Maio
Violoncelo Stradivarius Chevillard - Rei de Portugal (1725) e piano Bechstein (1925)
Maria José Falcão e Anne Kaasa
Boccherini, Chopin e Franck

 

10 de Junho
Tiorba Matheus Buchenberg (1608)
Helena Raposo e Orlanda Velez (soprano)
Dowland, Purcell, Caccini e Monteverdi

 

15 de Julho
Violoncelos Galrão (séc. XVIII), Violoncelo Lockey Hill (séc. XIX) e Violoncelo Dinis (séc. XVIII)
Prémio Jovens Músicos: Marco Pereira, Fernando Costa, Teresa Valente Pereira, Gonçalo Lélis
Sons com história

 

9 de Setembro
Cravo Antunes (1758)
Masumi Yamamoto (Japão)
Scarlatti e os seus apoiantes em Inglaterra

 

1 de Outubro
Violoncelo Stradivarius Chevillard - Rei de Portugal (1725) e piano Bechstein (1922)
Filipe Quaresma e António Rosado
Franck e Bach

 

4 de Novembro
Cravo Antunes (1758)
José Carlos Araújo
Música portuguesa do séc. XVIII

 

22 de Novembro
Piano Bechstein (1925), Violino Galrão /1780) e Violoncelo Dinis (1797)
Duarte Pereira Martins, Daniel Bolito, Nuno Cardoso
Haydn e Schubert

 

3 de Dezembro - ADIADO PARA 13 DE JANEIRO
Violoncelo Galrão do Rei D. Luís (1769), Pianoforte Van Casteel (1763)
Diana Vinagre e Miguel Jalôto
Tormentos, congojas y tristezas