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.:: “Um Músico, Um Mecenas” 2019 | 3.º Concerto PDF Print E-mail
Sábado, 20 de Julho de 2019 // 19:00 h

Duarte Pereira Martins e Veronika Schreiber Veronika Schreiber (Violino Galrão de 1794) e Duarte Pereira Martins (Piano Bechstein de 1922) são os músicos-mecenas do terceiro concerto da temporada 2019 do ciclo "Um Músico, Um Mecenas". A entrada é livre.

 

 

SOBRE OS INSTRUMENTOS HISTÓRICOS DO MUSEU

 

VIOLINO GALRÃO, 1794 (MNM 74)

 

Joachim Jozeph Galram (ou 'Galrão', como também assina) foi um fabricante muito hábil de instrumentos de cordas que teve a sua oficina em Lisboa durante o séc. XVIII. Destaca-se de outros construtores pelo requinte dos instrumentos que produziu e foi o melhor construtor português de violinos e violoncelos do séc. XVIII.

 

A arte de Galrão revela que não era autodidata, embora não exista nenhuma pista sobre o país onde terá aprendido. No entanto, tanto o estilo de construção como o facto de ter sido contemporâneo de músicos italianos na Capela Real, sugerem Itália como uma boa hipótese.

 

Dez instrumentos musicais deste autor têm paradeiro conhecido: os cinco da coleção do Museu da Música (dois violinos, dois violoncelos e uma viola), um violoncelo que se encontra no Conservatório de Lisboa, um violino do Conservatório do Porto e mais três exemplares de particulares, um deles localizado em Espanha. O violino MM 74 da coleção do Museu da Música é o mais recente e data de 1794.

 

No “Diccionario Biographico de Musicos Portuguezes” de Ernesto Vieira (edição de 1900), podemos ler: "(...) No museu de el-rei o senhor D. Carlos, creado por seu fallecido pae, guardam-se com grande estimação dois violinos, uma viola e um violoncello d'este fabricante, que tem a seguinte etiqueta: Joachim Joseph Galram, fecit Olesiponae 1769".

 

PIANO BECHSTEIN, 1922 (MNM 769)

 

Piano de meia cauda Bechstein, em verniz preto. Pertenceu ao compositor português Luís de Freitas Branco (1880-1955), uma das mais relevantes personalidades da cultura portuguesa do século XX.

 


SOBRE OS MÚSICOS-MECENAS

 

VERONIKA SCHREIBER-KADLUBKIEWICZ é, de acordo com Herman Trotter (Revista High Fidelity) “… Uma violinista deslumbrante…”. Veronika graduou-se com a mais alta distinção da Academia de Música de Varsóvia na Polónia e continuou os seus estudos nos E.U.A. com Henryk Szeryng, Roman Totenberg e Paul Zukofsky. Foi finalista do Concurso Alberto Curci em Nápoles, Itália, e recebeu um prémio especial em Washington D.C., no “Rockefeller Competition for Excellence in American Music”.

 

Schreiber-Kadlubkiewicz foi solista em orquestras nos E.U.A., Polónia, Itália e Espanha. Apresenta-se frequentemente em festivais como o Marlboro Music, o Bach Aria Festival, o Monadnock Music, o Estate di Radicondoli, o Musica Electronica Nova e o Warsaw Autumn Festival.

 

Ex-concertino da Orquestra de Câmara da Polónia, Orquesta Filarmonica de Gran Canaria e Sinfónica de New Hampshire, Veronika Schreiber-Kadlubkiewicz tocou ainda com a Orquestra de Câmara Orpheus, Orquestra Sinfónica de Boston e New England Camerata.

 

Ensinou violino e música de câmara na Universidade de Massachusetts em Amherst, Smith College e Amherst College. Preocupada com a educação musical infantil, criou programas para jovens públicos que foram apresentados em Itália, Polónia e França.

 

No seu diversificado repertório de concertos, Veronika inclui frequentemente as “Sonatas para violino e piano” de Bach, bem como as suas “Sonatas e Partitas” completas, que ela apresenta em catedrais europeias famosas.

Atualmente divide o seu tempo entre os E.U.A., França e Portugal, onde ela toca, ensina e leciona masterclasses. Gravou para as labels Gasparo e CRI, para a Rádio Polaca e para a WDR na Alemanha.

 

DUARTE PEREIRA MARTINS - Licenciado em piano pela ESML, concluiu o curso do Conservatório Nacional com a classificação máxima. Premiado desde o início do seu percurso musical em diversos concursos de piano, apresenta-se regularmente em concerto por todo o país, em diversas formações, com destaque para a divulgação do património musical português. É de notar a importância que dá às obras de compositores contemporâneos, tendo já apresentado estreias de João Pedro Oliveira, Sérgio Azevedo, Hugo Ribeiro ou Amílcar Vasques-Dias.

 

A convite da ESML, gravou, em 2013, obras de Debussy e Freitas Branco para a Antena 2. Forma um duo regular com o violoncelista Nuno Cardoso, tendo participado por quatro ocasiões no Ciclo de Instrumentos Históricos do Museu da Música, no apoio à recuperação de vários instrumentos históricos.

 

Apresenta-se igualmente com regularidade no estrangeiro, destacando-se os concertos que apresentou em Paris, Copenhaga, Malmö e numa digressão pelo Brasil em 2014, a solo e com o pianista Philippe Marques. Neste âmbito, gravou um programa para a TV Brasil. Em 2016, gravou novamente para a Antena 2, também na companhia de Philippe Marques, um programa inteiramente dedicado a compositores portugueses e brasileiros.

Fundou o MPMP, projeto em que vem desempenhando várias funções artísticas, de programação e de produção. É diretor executivo da Glosas. Frequentou o curso de Engenharia Física Tecnológica do IST e conclui, atualmente, o mestrado em Empreendedorismo e Estudos da Cultura do ISCTE.

 


SOBRE O CICLO “UM MÚSICO, UM MECENAS”

 

“Um Músico, Um Mecenas” é um ciclo de concertos com instrumentos históricos organizado pelo Museu Nacional da Música e que vai já na sua sétima temporada.

 

Este ciclo procura divulgar um dos mais importantes acervos instrumentais da Europa, com a ajuda de músicos de exceção que atuam pro bono e dão voz a tesouros nacionais e peças de valor histórico único.

 

Os concertos, de entrada livre, são autênticas viagens à coleção do Museu Nacional da Música, conduzidas por grandes intérpretes nacionais e internacionais, dando a conhecer os instrumentos através de concertos comentados e de uma contextualização histórica estendida, muitas vezes, ao repertório escolhido.

 

A interpretação, a necessária manutenção dos instrumentos musicais e a comunicação da história de cada um deles são fatores intimamente ligados e que resultam numa ação concertada entre o Museu e os mecenas do ciclo (músicos, construtores/restauradores e outros parceiros).