.:: Dois novos tesouros nacionais em breve | |||
Abertura de procedimentos de classificação |
Nos termos de anúncios publicados no Diário da República, 2.ª série, PARTE C, n.º 137 de 16 de julho de 2021 (Anúncios n.º 160/2021 e n.º 162/2021), é intenção da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) propor a Sua Excelência a Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural a classificação como bem de interesse nacional (BIN), com a designação de «tesouro nacional», do Cravo de João Batista Antunes e do Pianoforte de Henri-Joseph van Casteel, instrumentos da coleção do Museu Nacional da Música.
Os dois instrumentos encontravam-se em vias de classificação como bens móveis de interesse nacional, na sequência da abertura de procedimentos de classificação publicados no Diário da República n.º 171/2020, Série II de 2020-09-02 (Anúncios n.º 199/2020 e 200/2020).
Os dois instrumentos, cuja proteção e valorização representam valor cultural de significado para a Nação, serão, uma vez concluído o processo, os dois novos tesouros nacionais da coleção do Museu Nacional da Música, que assim passará a ter um total de 13.
Este instrumento é um dos raríssimos pianofortes originais construídos em Portugal e que chegaram até nós, sendo, por conseguinte, uma das peças mais relevantes do acervo do Museu Nacional da Música. Van Casteel foi um construtor de origem belga que exerceu o seu ofício em Portugal entre cerca de 1757 e 1769. Tanto quanto se sabe este pianoforte é, atualmente, o único conhecido em todo o mundo da sua autoria. Além deste instrumento, conhece-se apenas um outro da sua autoria, no caso um piano em forma de pirâmide do final do século XVIII, e que integra a coleção do Musée des Instruments de Musique, em Bruxelas.
De acordo com uma investigação recente conduzida por Ana Paula Tudela, este cravo foi construído por João Baptista Antunes (1737-1822), pai de outro construtor com o mesmo nome. Este cravo é um de quatro instrumentos conhecidos da família Antunes que chegaram aos nossos dias e o segundo na coleção do Museu, juntamente com o cravo de 1758.
Este cravo reflete o facto de ter sido construído numa altura de maior presença do pianoforte, daí que, relativamente ao cravo de 1758, possua uma maior extensão e um teclado maior, possibilitando, portanto, a apresentação de outro tipo de repertório.
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