.:: Coleção Vianna da Motta |
![]() |
![]() |
![]() |
Terça-Feira, 26 de Julho de 2022 // 18:00 h |
Esta coleção, pertencente à Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, é constituída pela biblioteca pessoal de José Vianna da Motta (1868-1948), com 3473 publicações periódicas e monografias (muitas dos quais com marginália do compositor), por uma coleção de partituras e por alguma documentação avulsa, além de um conjunto de objetos pessoais daquele pianista, compositor, maestro e musicógrafo português.
Com carácter de depósito permanente, esta coleção vem reforçar os elos que unem o Museu Nacional da Música e a Fundação Calouste Gulbenkian, e também a importância que o próprio músico teve na formação do Museu Nacional da Música, enquanto diretor do Conservatório Nacional.
No decurso da cerimónia de entrega da coleção poderão ser apreciados alguns dos objetos que a compõem, em particular várias condecorações, uma batuta e um busto em bronze da autoria de Francisco Franco.
A cerimónia contará ainda com o recital "Vianna da Motta e seus Contemporâneos", onde o pianista João Costa Ferreira interpretará obras de José Vianna da Motta, António Fragoso e Alexandre Rey Colaço.
Digna-se estar presente Sua Excelência a Secretária de Estado da Cultura
José Vianna da Motta (1868-1948) - Pensée Poétique, Rêverie op. 36
António Fragoso (1897-1918) - Nocturno em ré bemol maior
José Vianna da Motta (1868-1948) - Elegia, op. 45
Alexandre Rey Colaço (1854-1928) - Fado n.º 6
José Vianna da Motta (1868-1948) - Três Romances sem palavras, op. 51
Luiz Costa (1879-1960) - Ecos dos Vales, op. 3 n.º 3 (do ciclo Poemas do monte)
José Vianna da Motta (1868-1948) - Les Inondations de Murcie, Scène caractéristique op. 28
Iniciou os seus estudos de piano aos onze anos no Conservatório de Artes do Orfeão de Leiria com o professor Luís Batalha. Desde cedo, revelou vocação para a música, obtendo diversos prémios em concursos de piano nacionais e internacionais. Aos dezanove anos, partiu para Paris onde estudou com Marian Rybicki e Guigla Katsarava e onde foi aluno e assistente do pianista Jean Martin. Foi também em Paris que realizou os seus estudos universitários. Enquanto bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, fez o doutoramento sob a direção da filósofa e musicóloga Danielle Cohen-Levinas.
Embora o seu repertório abranja todos os estilos desde o barroco, João Costa Ferreira especializou-se na música do século XIX e da primeira metade do século XX. Nos seus projetos a solo e música de câmara, tanto se interessa pela interpretação do grande repertório clássico como pela descoberta de compositores esquecidos e pela encomenda de obras aos compositores contemporâneos. Tem-se apresentado em salas de Portugal, França, Bélgica, Espanha e Holanda. Muitos dos seus concertos e trabalhos discográficos têm sido transmitidos pela Antena 2, pela France Musique (rádio clássica francesa) e por diversas rádios europeias.
João Costa Ferreira tem tido um papel ativo na reabilitação e valorização do património musical português através da publicação e gravação das obras de José Vianna da Motta. Desde o ano de 2015, em colaboração com a editora AvA Musical Editions, publicou mais de trinta obras, em grande parte inéditas. Em 2018, lançou na editora Grand Piano Records (etiqueta da Naxos) um disco com a primeira gravação mundial das Cinco Rapsódias Portuguesas, ciclo que marca o início da fase criativa do compositor, caracterizada pelo recurso à música popular portuguesa. Em 2020, lançou na editora MPMP o primeiro disco da série discográfica José Vianna da Motta: Poemas Pianísticos dedicada às obras de infância, disco que recebeu a Menção Honrosa do Grémio Literário.
|