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.:: Um Músico, Um Mecenas | Marcos Magalhães PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Dia Internacional da Música, Sábado, 1 de Outubro de 2022 // 18:00 h

Marcos Magalhães O Dia Internacional da Música celebra-se com novo concerto do ciclo “Um Músico, Um Mecenas”. Marcos Magalhães interpreta o Cravo Taskin de 1782 da coleção do Museu Nacional da Música. A entrada é livre mediante reserva prévia.

 

Reservas de bilhetes por telefone (217710990, das 11:00 h às 17:00 h).

 


SOBRE O CRAVO TASKIN

 

Classificado como Tesouro Nacional, o cravo Taskin (inv. n.º MNM 1096) data de 1782 e foi construído pelo belga Pascal-Joseph Taskin (1723-1793) radicado em Paris, que trabalhou na oficina da família Blanchet, celebrizada por ilustres mestres construtores. Pascal-Joseph Taskin fez parte da Corporação de Construtores e trabalhava para a Casa Real e para o Rei Luis XVI de França. Em 1780, na sua oficina, construíam-se cravos e pianofortes e, apesar da ligação à corte, continuou próspero e imune à Revolução Francesa, até à data da sua morte em 1793.

 

Com a Revolução Francesa foram destruídos muitos bens patrimoniais, entre os quais cravos que pertenciam a membros da nobreza. Aliado a este fator, o aparecimento do piano contribuiu também para o desaparecimento gradual deste tipo de instrumento. Assim, a coleção de cravos de Pascal-Joseph Taskin ficou reduzida a 8 exemplares que estão espalhados por várias partes do mundo, em museus e coleções particulares.

 

O instrumento musical do Museu Nacional da Música tem elevado valor histórico, estético, técnico e material, por ter sido um exemplar construído a pedido do rei francês para o oferecer à sua irmã Marie Clotilde. Concebido de forma luxuosa, é considerado um dos melhores exemplos do trabalho requintado deste grande construtor.

 

É decorado com chinoiserie relevada e policromada de muito boa qualidade. A rosácea de Andreas Ruckers, o tampo harmónico decorado com motivos florais e datado de 1636 e a inscrição «Andre Rukuers Anee 1636» no frontal, remetem partes do instrumento para uma autoria anterior. Designado por ravalement, o reaproveitamento de partes de instrumentos mais antigos de mestres famosos era um procedimento habitual na oficina de Pascal Taskin. Segundo testes dendrocronológicos, cujos resultados foram conhecidos em fevereiro de 2019, a parte da madeira com inscrições Ruckers data de facto do séc. XVII (1625). No entanto, a confirmação da assinatura «Ruckers» requer peritagem, a ser levada a cabo num futuro breve.

 

O Cravo Taskin esteve sempre ligado a figuras relevantes da aristocracia europeia: o rei de França, que fez a encomenda do instrumento, Marie Clotilde, sua irmã, a quem o cravo foi oferecido, o rei Umberto II de Itália, obsequiado pela cidade de Turim com este instrumento musical no seu casamento e, finalmente, a Marquesa de Cadaval, que o recebeu do Rei Umberto II. Os vínculos institucionais reforçam também a sua importância: a Corte Francesa, a Corte da Sardenha (por casamento de Marie Clotilde com o príncipe Carlos Emanuel IV, futuro rei da Sardenha), o Museo Civico di Arte Antica da cidade de Turim (antes de ser seu proprietário Umberto II), a Casa de Sabóia, e o Estado Português, que o adquiriu e classificou como Tesouro Nacional.

 

O processo de restauro deste instrumento foi complexo e minucioso, ao longo do qual se desenvolveu um saudável e constante diálogo entre o museu e vários especialistas: o restaurador Ulrich Weymar foi o autor da intervenção na mecânica do cravo, técnicos de madeira e pintura de empresa de restauro e do Laboratório José de Figueiredo consolidaram a caixa e recuperaram a decoração, e finalmente o restaurador Geert Karman fez a harmonização e um novo jogo de saltarelos. Simultaneamente foram ouvidos investigadores e conhecedores da história do cravo, assim como cravistas. A recuperação do cravo Taskin foi, sem dúvida, uma notícia muito esperada e importante para o património organológico português e mundial. Como reconhecimento por este trabalho multidisciplinar, o Museu Nacional da Música ganhou o Prémio APOM 2019 na Categoria Conservação e Restauro.

 


SOBRE O MÚSICO-MECENAS

 

MARCOS MAGALHÃES – Cravista e maestro. Nasceu em Lisboa, licenciado em cravo pela E.S.M. de Lisboa e C.N.S.M. de Paris e doutorado em ciências musicais pela U. Nova. É atualmente professor no Liceu Francês.

 

Estudou com Cremilde Rosado Fernandes, Ketil Haugsand, Kenneth Gilbert, Françoise Marmim, Christophe Rousset e Kenneth Weiss.

 

Tem feito inúmeros concertos a solo e em grupo, em Portugal e no estrangeiro.

 

Colaborou e dirigiu em várias ocasiões a Orquestra Metropolitana. Também já dirigiu a Orquestra Sinfónica Portuguesa e Helsinki Baroque Orchestra.

 

Fundou, em conjunto com Marta Araújo, Os Músicos do Tejo, grupo dedicado à música antiga e com o qual dirigiu as óperas “La Spinalba” de F. A. de Almeida, “Lo frate 'nnamorato” de G.B Pergolesi, “Le Carnaval et la Folie” de A.C. Destouches, a serenata de F. A. de Almeida “Il Trionfo d'Amore” e “Dido e Eneias” de H. Purcell (fund. Gulbenkian). Com o mesmo grupo gravou já seis discos. Dois em edição de autor - “Sementes do Fado” (com Ana Quintans e Ricardo Rocha), “As Árias de Luísa Todi” (com Joana Seara) e três na editora Naxos - “La Spinalba” e “Il Trionfo d'Amore”, ambas obras de F. A. de Almeida, “From Baroque to Fado” (com Ana Quintans e Ricardo Ribeiro) e “Il Mondo della Luna” de Avondano.

 


SOBRE O CICLO “UM MÚSICO, UM MECENAS”

 

“Um Músico, Um Mecenas” é um ciclo de concertos com instrumentos históricos organizado pelo Museu Nacional da Música.

 

Este ciclo procura divulgar um dos mais importantes acervos instrumentais da Europa, com a ajuda de músicos de exceção que atuam pro bono e dão voz a tesouros nacionais e peças de valor histórico único.

 

Os concertos, de entrada livre, são autênticas viagens à coleção do Museu Nacional da Música, conduzidas por grandes intérpretes nacionais e internacionais, dando a conhecer os instrumentos através de concertos comentados e de uma contextualização histórica estendida, muitas vezes, ao repertório escolhido.

 

A interpretação, a necessária manutenção dos instrumentos musicais e a comunicação da história de cada um deles são fatores intimamente ligados e que resultam numa ação concertada entre o Museu e os mecenas do ciclo (músicos, construtores/restauradores e outros parceiros).