.:: Um Músico, Um Mecenas | C. Matos e T. Shimizu | |||
Sábado, 24 de Setembro de 2022 // 18:00 h |
O ciclo “Um Músico, Um Mecenas” prossegue com Cândida Matos no cravo Antunes de 1789, acompanhada pela violinista Tera Shimizu. Cândida Matos e Tera Shimizu interpretam obras de Carlos Seixas. A entrada é livre.
Reservas de bilhetes por telefone (217710990, das 11:00 h às 17:00 h).
O pequeno cravo de 1758, construído por Joaquim José Antunes, é uma das peças mais conhecidas da coleção do Museu Nacional da Música.
Já o cravo que vai ser tocado, de maior dimensão, construído por João Batista Antunes, data de 1789 e era praticamente desconhecido até ter sido restaurado em 2018.
Desde essa altura, o instrumento foi gravado por duas vezes e é tocado regularmente no ciclo de concertos com instrumentos históricos "Um Músico, Um Mecenas".
Em 2021, por unanimidade da Secção de Museus, da Conservação e Restauro e do Património Imaterial do Conselho Nacional de Cultura, foi também classificado como Tesouro Nacional.
Ao estudar os percursos e caligrafias dos diversos mestres desta família, a investigadora Ana Paula Tudela (*) demonstrou que estes dois instrumentos foram construídos por dois irmãos, Joaquim e João, filhos de Manuel Antunes (1703-1766), fundador da emblemática oficina portuguesa “Antunes”, cuja excelência é internacionalmente reconhecida.
Dos Antunes conhecem-se, para além dos dois exemplares expostos na colecção permanente do museu, um pianoforte que pertence ao National Music Museum em Vermillion (South Dakota, EUA) e um cravo de uma colecção particular, também nos EUA.
(*) Os Antunes - Mestres Portugueses de Fazer Cravos, Pianofortes e Pianos (Séculos XVIII e XIX) à venda na loja do museu (edição DGPC - Museu Nacional da Música/ Imprensa Nacional - Casa da Moeda)
CÂNDIDA MATOS iniciou os seus estudos musicais com o piano, tendo estudado com Mário de Sousa Santos, Joel Canhão, Campos Coelho, Tereza Vieira e Olga Pratts.
Posteriormente dedicou-se ao cravo, tendo iniciado os seus estudos no Conservatório Nacional, com Cremilde Rosado Fernandes e prosseguindo com Ton Koopman no Sweelinck Conservatorium Amsterdam, Holanda, e com Ketil Haugsand na Academia de Música Antiga de Lisboa. Realizou masterclasses com os cravistas Robert Wooley, Jacques Ogg, Hans Knut e Kenneth Weiss.
Fundou, juntamente com o flautista Olavo Tengner Barros, o grupo Contraverso e integra o Ensemble D. João V e o Ensemble Alorna, agrupamentos dedicados à interpretação historicamente informada da música barroca.
Foi cravista assistente dos Cursos Internacionais da Academia de Música Antiga de Lisboa. Colaborou com a Orquestra do Norte, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orchestra Utópica, Segréis de Lisboa, Orquestra de Câmara de Aveiro, Orquestra Sinfonia B de Lisboa, Portugalante Ensemble e Orquestra Gulbenkian.
Participou, entre outros, nos Festivais de Música da Costa do Estoril, Festival Ibérico de Badajoz, Festival de Órgão de Mafra, Festival de Música da Póvoa do Varzim, Temporada de Música Antiga de Oeiras, Festival de Música Antiga de Ponta Delgada - Açores, Encontros de Música Antiga de Loulé, Concertos Comentados do Foyer no Teatro Nacional de S. Carlos, Festival Cistermúsica de Alcobaça, e Concertos no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian, Concertos ‘Um Músico, um Mecenas’ em instrumentos históricos no Museu Nacional da Música, e na Temporada de Música da Fundação Calouste Gulbenkian 2018, 2019 e 2020.
Realizou um trabalho pioneiro no ensino do cravo no nosso país, tendo criado as Classes de Cravo nos Conservatórios de Música de Aveiro e de Coimbra. Desde 2000 é Professora de Cravo na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa.
Realizou o Mestrado em Cravo na Escola Superior de Música de Lisboa, projeto artístico sobre as Peças de Carácter de Carl Philipp Emanuel Bach.
Especializou-se em violino barroco e interpretação histórica, com Richard Gwilt, no Trinity College of Music, em Londres, tendo concluído uma pós-graduação e recebido o Prémio de Música Antiga. Estudou viola da gamba com Alison Crum e participou em workshops e masterclasses de Anner Bylsma, Jürgen Kussmaul, Simon Standage, Reinhard Goebel, Jordi Savall, Wieland Kuijken, Monica Huggett, Bernhard Forck, Enrico Onofri e de membros dos quartetos Juilliard, Tóquio e Emerson. Apresentou-se em vários festivais, incluindo Waterloo, Dartington, Pacific Music e La Folle Journée. Trabalhou também com Frans Brüggen, Philippe Herreweghe, René Jacobs, Thomas Hengelbrock, Hervé Niquet, Ton Koopman, Leonardo García Alarcón, Roy Goodman e Maxim Emelyanychev.
No domínio da música de câmara, Tera Shimizu é diretora artística do Ensemble Alorna, um agrupamento formado por membros da Orquestra Gulbenkian e especializado em interpretação historicamente informada dos repertórios barroco e clássico. É também diretora artística do Nasoni Ensemble, um grupo português de música antiga especializado na interpretação da música dos séculos XVII e XVIII interpretada em instrumentos originais. Outros projetos em Portugal e no estrangeiro incluem o Quarteto Alcipe e o Ensemble Dom João V e colaborações com, entre outros, Orquestra Barroca de Mateus, Americantiga Ensemble, Soavi Concenti, Divino Sospiro, Os Músicos do Tejo, Ensemble Avondano, Contraverso, Flores da Música, Udite Amanti e Concerto Campestre.
Tera Shimizu é concertino convidada do festival de verão Opera Ne, em San Diego, Califórnia, desde 2020. Liderou produções de “A Flauta Mágica” e de “As bodas de Fígaro" de Mozart e de “Serse” de Händel, sob a direção de Peter Kozma e Stephen Stubbs.
Entusiasta da viola d’amore, Tera Shimizu pode também ser ouvida a tocar este instrumento na gravação de “Madame Butterfly” de Puccini (Pentatone), com a orquestra Gulbenkian e o maestro Lawrence Foster. Outros projetos em curso incluem três quartetos de cordas de João Pedro de Almeida Mota, com o Quarteto Alcipe. Esta gravação tem o apoio do Ministério da Cultura e da D. G. Artes.
Tera Shimizu vive em Lisboa e é membro da Orquestra Gulbenkian desde 1996.
“Um Músico, Um Mecenas” é um ciclo de concertos com instrumentos históricos organizado pelo Museu Nacional da Música.
Este ciclo procura divulgar um dos mais importantes acervos instrumentais da Europa, com a ajuda de músicos de exceção que atuam pro bono e dão voz a tesouros nacionais e peças de valor histórico único.
Os concertos, de entrada livre, são autênticas viagens à coleção do Museu Nacional da Música, conduzidas por grandes intérpretes nacionais e internacionais, dando a conhecer os instrumentos através de concertos comentados e de uma contextualização histórica estendida, muitas vezes, ao repertório escolhido.
A interpretação, a necessária manutenção dos instrumentos musicais e a comunicação da história de cada um deles são fatores intimamente ligados e que resultam numa ação concertada entre o Museu e os mecenas do ciclo (músicos, construtores/restauradores e outros parceiros).
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