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.:: 100.º da República Portuguesa PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Peça do mês de Janeiro
Capa do opúsculo «A Musica em Portugal» de Ernesto Vieira, 1911 JANEIRO DE 1911:
FILIPE DUARTE (1855-1928) – COMPOSITOR DO GÉNERO POPULAR, APLICADO A PEÇAS TAMBÉM POPULARES E SOBRE ASSUNTOS NACIONAIS

Nos centros urbanos portugueses, às vésperas da implantação da República, o gosto musical do grande público estava voltado, essencialmente, para o género popular, veiculado pelo teatro de revista. À época, um dos compositores mais carismáticos entre os que musicavam este género de teatro e que continuou a ser querido do público no início do novo regime, foi Filipe Duarte. Disso nos dá conta Ernesto Vieira, músico e investigador contemporâneo dos acontecimentos, num opúsculo publicado em Janeiro de 1911.


Na sequência da Implantação da República, Ernesto Vieira publicou uma adenda ao seu texto intitulado “A Musica em Portugal”, que tinha sido escrito no contexto da participação portuguesa na “Exposição Nacional” de 1908, organizada no Rio de Janeiro. Com esta adenda, relativa aos anos de 1908-1910, Vieira ensaiou completar e ao mesmo tempo fazer um ponto de situação da arte musical portuguesa até 1910, ou seja, até ao preciso momento “dos acontecimentos que tão profundamente alteraram a vida política” do país.

Nesta exposição relâmpago, Vieira tentou cobrir todos os géneros musicais, dando-nos simultaneamente um vislumbre dos gostos populares. A propósito da opereta em três actos "O Espadachim”, com poema de Lopes de Mendonça e música de Augusto Machado, levada à cena no Teatro da Trindade, Vieira, em género de desabafo, escreve que «… a musica tinha o cunho fino e recherché do auctor; mas o publico, com o paladar embotado pelas revistas, não deu apreço algum ao trabalho conscencioso, tanto do musico como do poeta.»

Este “paladar embotado pelas revistas” foi um factor determinante do modo como as cantigas passaram para o espaço urbano. A par da influência das bandas filarmónicas e militares, a selecção musical das companhias de teatro popular, especialmente do teatro de revista, serviu de veículo  para a maioria dos temas musicais que, por caírem em graça, ou como vulgarmente se diz, ficarem no ouvido, passaram a ser cantarolados na rua.

Ainda através desta publicação de Vieira, ficamos a saber que o músico de maior sucesso era Filipe Duarte. Diz-nos Vieira:
«Mais feliz, ou mais adaptável ao meio em que se encontra, pode considerar-se Filippe Duarte, dedicando-se a um género de musica popular, aplicado a peças também populares e sobre assuntos nacionaes…»

Páginas do opúsculo «A Musica em Portugal» de Ernesto Vieira, 1911
Continuando a descrever a carreira do compositor, Vieira informa os leitores que a última produção de Filipe Duarte se tinha destinado à peça “O Fado”, levada à cena no Teatro Apolo (antigo Príncipe Real), em 26 de Novembro de 1910, portanto, a primeira do compositor após a implantação da República.

Vieira termina este assunto dando-nos conta da popularidade de Filipe Duarte em Janeiro de 1911, data em que escreveu a adenda, ao mesmo tempo que dá destaque à perícia do compositor:
«Nesta última producção o autor tomou por thema a toada popular que dá o título á peça, desenvolvendo esse thema com summa habilidade, a contento do publico, que neste momento o applaude com grande enthusiasmo. Filippe Duarte é agora o compositor mais admirado dos frequentadores dos theatros populares


CATALOGAÇÃO:

Opúsculo A Musica em Portugal de Ernesto Vieira
A Musica / em Portugal / Resumo Histórico / por / Ernesto Vieira / 2.ª Edição
Colecção: Pequena Biblioteca de Vulgarização Musical Iniciada Por Alexandre Rey Colaço;
Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira & C.ta – 20, Praça dos Restauradores, Lisboa, 1911.
imp.; 45 p.; capa impressa a preto s. papel pardo, azul mesclado; vestígios de Carimbo, nº. 181 a lápis, 14,4 x 11 cm;
Fundo José de Sousa; doação de Carlos Botelho, 2002
Museu da Música: HM (150)