.:: Recital de Violoncelo e Piano | |||
Sábado, 5 de Fevereiro 2011 // 16:00 h |
Carolina Schwäbl (Violoncelo) e Philippe Marques (Piano) são dois jovens e talentosos músicos que apresentam no Museu da Música o seu projecto de música de câmara.
Com um programa onde interpretarão obras de Messiaen, Lopes-Graça e Débussy, o recital resulta de um projecto desenvolvido na Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação da Professora e Violoncelista Irene Lima. Tal como os demais recitais realizados enquanto está patente a exposição «Tempos e Contratempos», o número de lugares será limitado a 40. Assim sendo, aconselhamos os interessados a efectuarem antecipadamente a sua reserva por telefone (21 771 09 90) ou email ( Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar ). » PROGRAMA
- Olivier MESSIAEN (1908-1992) - «Louange à l’Éternité de Jesus» (Andamento V. do «Quatour pour la fin du temps»)
- Fernando LOPES-GRAÇA (1906-1994) - Três canções populares portuguesas
1. Senhora da Encarnação 2. Ó, ó, menino, Ó (Embalo) 3. Senhora do Almurtão - Claude DÉBUSSY (1862-1918) - Sonata para violoncelo e piano
Prologue Sérénade et Finale » NOTAS DO PROGRAMA
«Louange à l’Éternité de Jesus» de Olivier Messiaen O «Quatour pour la fin du temps» é uma peça para o conjunto instrumental formado por clarinete, violino, violoncelo e piano, no qual se inclui este V. Andamento para violoncelo e piano, um louvor à eternidade de Jesus, uma melodia contemplativa, quase solta das amarras do tempo. Foi composta durante a Segunda Guerra Mundial enquanto Messiaen se encontrava num campo de prisioneiros na Silésia. Foi estreada a 15 de Janeiro de 1941, num concerto do campo, com os instrumentistas de que dispunha, daí ser uma combinação de instrumentos pouco usual. O Quarteto está estruturado em oito partes em que se interligam o simbolismo poético e religioso. A peça refere-se à visão de São João do apocalipse mas também anuncia o ‘fim do tempo musical’. Os andamentos são: «I. Liturgie de Cristal», «II. Vocalise, pour l’Ange qui annonce la fin du Temps», «III. Abîme des oiseaux», «IV. Intermède», «V. Louange á l’Éternité de Jesus», «VI. Danse de la fureur, pour les sept trompettes», «VII. Fouillis d’arcs-en-ciel, pour l’Ange qui annonce la fin du Temps», «VIII: Louange à l’Immortalité de Jesus». O andamento aqui apresentado é adaptado de uma peça anterior, não publicada, chamada «Fêtes des belles eaux» para seis ondas Martenot, composta em 1937. Messiaen explora a definição e o significado de tempo. A indicação de andamento “Infiniment lent, extatique” indica uma procura de ‘espaço musical intemporal’. «Três canções populares portuguesas» de Fernando Lopes-Graça Estas canções foram compostas em 1953 e reflectem o debruçar de Lopes-Graça na ‘recolha e reinterpretação da música popular portuguesa’. Característica essa que subjaz nos volumes de «Canções Populares Portuguesas» para voz e piano, e as 24 séries de «Canções Regionais Portuguesas», tal como em grande parte da composição instrumental. Com a sua obra explorou os conceitos de tradição, popular e de cultura musical. Teresa Cascudo descreve o estilo de Lopes-Graça pela “estrutura clara e concisa”, a “politonalidade para efeitos colorísticos” e as características pessoais no “tratamento rítmico dos seus desenhos melódicos”. «Sonata para violoncelo e piano» de Claude Debussy Composta em 1915, esta Sonata teria como título original «Pierrot fait fou avec la lune». O Pierrot é uma figura da Commedia dell’arte do final século XIX e inícios do século XX, que se exprimia pela mímica. Esta Sonata inclui-se nas últimas obras do compositor e é a primeira de uma série de Seis Sonatas projectadas para várias combinações instrumentais, das quais Debussy só realizou três: uma para violoncelo e piano, outra para violino e piano e a terceira para flauta, viola e harpa. Debussy explorou os acordes isolados, os timbres, as pausas e o contraste entre os registos. Através de sequências harmónicas muito características e de uma grande variedade de cores sonoras conseguiu exprimir uma grande fantasia poética.
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