Instrumentos Musicais | |||
O Museu Nacional da Música possui uma colecção onde se reúnem cerca de 1000 instrumentos musicais dos séculos XVI a XX, sobretudo europeus, mas também africanos e asiáticos, de tradição erudita e popular.
A grande parte deste acervo provém das antigas colecções de Michel’angelo Lambertini, Alfredo Keil e Carvalho Monteiro. Dele fazem parte instrumentos raros e de incalculável valor histórico e organológico sendo particularmente notável pela quantidade e qualidade de instrumentos de factura portuguesa, espécimes pouco abundantes em museus congéneres.
A colecção integra alguns exemplares únicos como os corne ingleses de Grenser e de Grundman & Floth (Leipzig, final do século XVIII) e de Ernesto Frederico Haupt (Lisboa, meados do século XIX); de extrema raridade, como o oboé de Eichentopf (Leipzig, segundo quartel do século XVIII); ou de enorme valor organológico, como é o caso do cravo de Pascal Taskin.
Entre os exemplares de factura portuguesa são de destacar o cravo de Joaquim José Antunes (Lisboa, 1758), os clavicórdios setecentistas das oficinas lisboetas e portuenses, os violinos e violoncelos de José Galrão (activo em Lisboa entre 1760 e 1794), as flautas transversais da "dinastia" Haupt (meados do século XVIII a finais do século XIX), as cornetas e trombones de Rafael Rebelo (Lisboa, 1875), o órgão de Joaquim Fontanes (finais do século XVIII) e as guitarras de Domingos José Araújo (Braga, 1812).
Vários exemplares são importantes como memorial dos seus possuidores, personalidades de relevo na vida pública e cultural portuguesa e europeia. São caso disso o piano (Boisselot & Fils) que Franz Liszt trouxe de França em 1845, a trompa de Marcel-Auguste Raoux, construída para Joaquim Pedro Quintela, 1.º Conde de Farrobo, o violoncelo de António Stradivari, que pertenceu e foi tocado pelo rei D. Luís, e o violoncelo de Henry Lockey Hill, que pertenceu à violoncelista Guilhermina Suggia.
Outros são bastante curiosos, como os violinos portáteis (de algibeira), usados pelos professores de dança, a flauta de cristal e prata, as flautas bengala, o melofone de Jean Louis Olivier Cossoul ou as trombetas marinhas.
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