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Terça-feira, 24 de Março de 2020 // 18:30 h

Samuel Marques e Dana Radu Recital de Samuel Marques (clarinete) e Dana Radu (piano). Obras de Liszt, Donizetti, Molter, Massenet, Händel e Rossini. Organização: Associação dos Amigos do Museu Nacional da Música. Bilhetes - Normal 5,00 / Sócio - 3,00.

 

SAMUEL MARQUES, clarinetista, colabora regularmente como músico convidado com a Orquestra Gulbenkian, o Remix Ensemble Casa da Música, a Orquestra Filarmonia das Beiras e a Orquestra Filarmónica Portuguesa, bem como com a Mannheimer Philharmoniker (Alemanha). Tem colaborado com nomes como Martha Argerich, Joyce DiDonato, Maria João Pires, Arcadi Volodos, Waltraud Meier, Piotr Anderszewski, Mário Laginha, Quarteto Vintage. É docente de Clarinete no Conservatório de Música da Jobra (Branca, Albergaria-a-Velha), Escola de Música do Colégio Moderno (Lisboa), Academia de Música da Quinta do Picado (Aveiro) e Academia de Música do Clube de Albergaria (Albergaria-a-Velha).

 

Samuel iniciou os seus estudos aos 5 anos de idade na Banda Visconde de Salreu, tendo depois prosseguido os mesmos com Nelson Aguiar (Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian). Foi aluno dos professores António Saiote (ESMAE – Porto), Stanley Drucker e Pascual Martínez-Forteza (New York University, Steinhardt School - Nova Iorque, EUA). Nesta última instituição foi Professor Adjunto de Clarinete.

 

Tem sido galardoado com vários prémios em concursos na Europa, Estados Unidos e América do Sul, bem como selecionado para diversos festivais de orquestra, tais como a National Repertory Orchestra (EUA), Castleton Festival Orchestra (EUA), World Peace Orchestra (EUA), New York Youth Symphony (EUA), Atlantic Music Festival (EUA), Neue Philharmonie München (Alemanha), Internationale Junge Orchesterakademie (Alemanha), Höri Musiktage Bodensee Festival Orchestra (Alemanha), entre outros.

 

Em 2017 foi galardoado com o 1.º Prémio no VII Concurso Nacional de Jovens Clarinetistas da Associação Portuguesa do Clarinete, 2.º Prémio no Concurso de Clarinete do 1.º Festival de Clarinete do Algarve e 1.º Prémio no IMKA Grand Prix Concert Competition. Foi convidado a participar no Alexander Arutiunian International Wind Festival (Arménia) onde realizou concertos com a National Chamber Orchestra of Armenia, concertos de música de câmara e lecionou uma masterclass de Clarinete. Em 2018 obteve o 1.º Prémio no 6.º Concurso Internacional de Sopros do Alto Minho e o 3.º Prémio na II The North International Music Competition. Foi solista com a Orquestra da Costa Atlântica e jurado convidado do 6.º Concurso Nacional de Sopros “Sons de Cabral”.

 

Em 2019, lecionou masterclasses no Conservatório de Música de S. José da Guarda e na União Filarmónica do Troviscal. Foi instrumentista convidado da Rede Europeia de Academias de Ópera (ENOA) e selecionado para integrar a Orquestra do Festival Höri Musiktage Bodensee (Alemanha). Foi ainda galardoado com o 2.º Prémio no II Concurso Internacional José Massarrão. Compromissos para 2020 incluem colaborações com o Remix Ensemble Casa da Música, Orquestra Filarmonia das Beiras, Mannheimer Philharmoniker e uma digressão pela China com a Kammerorchester Louis Spohr.

 

DANA RADU, natural da Roménia, iniciou os seus estudos de música aos 6 anos de idade. Formou-se como solista na Universidade de Música de Bucareste, sob a orientação dos professores Viniciu Moroianu e Viorica Radoi.

Em 1993 obteve o 1.º Prémio no Concurso de Música Romena de Bucareste. Recebeu os Prémios Ludmila Popisteanu e Olga Szel de Piano solo no concurso Mihail Jora, em 1997.

 

Gravou diversos programas para a Rádio e TV de Bucareste e foi convidada a participar em festivais como Martian Negrea, Festival Internacional de Câmarade Brasov, Festival de Música de São José do Rio Preto, Festival de Música de Londrina, Festival Amazonas de Ópera, Festival de Música de Petrópolis e Festival Internacional de Campos do Jordão.

 

Atuou como solista com a Orquestra Sinfónica de Ploiesti, Orquestra Filarmónica de São Bernardo de Campo e Orquestra Sinfónica de Santos, tendo participado ainda em séries de concertos de música de câmara tais como Solistas da Osesp (Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo) e Uma temática poética do Lied, esta última ministrada pelo violoncelista e professor Peter Dauelsberg e realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (São Paulo, 2007). Em 2011 apresentou-se com o Quarteto Osesp, na Sala São Paulo.

 

Em 2012 e 2013 integrou a equipa musical do concurso Pré-Estreia, da TV Cultura. Gravou o CD Por toda minha vida com Ana Valéria Poles e, em 2012, a Missa Orbis Factor de Aylton Escobar, com o coro da Osesp. Com Emmanuele Baldini gravou Sonatas de Camargo Guarnieri, pela editora Bis, e o CD Cage +, em 2013.

 

Até muito recentemente exerceu atividade durante vários anos como pianista da Fundação Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo. Encontra-se agora a residir em Portugal, exercendo a função de pianista acompanhadora na Escola de Música do Conservatório Nacional – Lisboa e na Academia de Música de Óbidos.

 

 

PROGRAMA E NOTAS

 

FRANZ LISZT (1811-1886) - Romance Oubliée

 

Liszt compôs a obra Romance Oubliée (“Romance Esquecido”) por volta do ano de 1844, originalmente para Piano. Esta obra ficou esquecida até 1880, ano em que Liszt ouviu o violetista Hermann Ritter num concerto em Bayreuth, na Alemanha. De imediato transcreveu o Romance para Viola e Piano, tendo ainda criado versões para Violino e Piano, bem como Violoncelo e Piano. Neste recital escutarão uma versão para Clarinete em Lá e Piano.

Nesta composição bastante curta, é possível escutar as angústias de uma alma perturbada, desde o início de carácter melancólico e rapsódico, em que o Clarinete começa sozinho, passando por uma secção do estilo de uma Cadenza, culminando num final pacífico.

 

GAETANO DONIZETTI (1797-1848) - Concertino em Sib Maior para clarinete e piano

I. Andante sostenuto
II. Allegretto

 

Donizetti, compositor mais comummente conhecido pelas suas óperas, deixou-nos um legado considerável de obras de outros géneros. As suas obras instrumentais são em número relativamente reduzido e a sua origem aparenta ser casual. Neste grupo incluímos o Concertino para Clarinete e Orquestra de cordas, aqui apresentado na sua redução para Clarinete e Piano. Esta obra evidencia bem as qualidades composicionais de Donizetti, nomeadamente o liricismo melódico e o virtuosismo tipicamente vocais.

 

Apenas o segundo andamento (Allegretto) é original para clarinete; o primeiro (Andante sostenuto) foi posteriormente adicionado, sendo retirado da obra para oboé Esquisse, ela própria um esboço musical.

 

JOHANN MELCHIOR MOLTER (1696-1765) - Concerto N.º2 em Ré Maior para clarinete e piano, MWV6, N.º 28
I. Moderato
II. Largo
III. Allegro

 

Johann Melchior Molter foi um compositor e violinista alemão do período Barroco da História da Música. Apesar da sua atividade prolífica, pouco se conhece acerca dos seus seis Concertos para Clarinete. Estes são, na verdade, dos primeiros Concertos escritos para este instrumento, sendo precursores de Concertos de nomes maiores como J. Stamitz e W. A. Mozart, que tornaram o clarinete um instrumento mais desenvolvido e reconhecido.

O presente Concerto (N.º 2), para Clarinete em Ré, é aqui apresentado com Requinta (Clarinete em Mib) e Piano. O seu carácter é marcadamente Barroco, desde as linhas melódicas à sonoridade cristalina e aos contrastes (especialmente dinâmicos) utilizados.

 

JULES MASSENET (1842-1912) - Méditation de 'Thaïs'

 

Méditation (“Meditação”) é um intermezzo sinfónico (música instrumental interpretada entre cenas) da ópera Thaïs, do compositor francês Massenet. Originalmente escrita para Violino Solo e Orquestra (aqui substituídos pelo clarinete e pelo piano, respetivamente), o seu carácter é refletivo, delicado, marcadamente Romântico.

 

A obra evolui de forma calma (Massenet deixou a indicação “Andante religioso”), inocente e otimista.

 

GEORG FRIEDRICH HÄNDEL (1685-1759) - Sonata em Fá Maior para clarinete e piano, Op. 1, N.º 12
I. Adagio
II. Allegro
III. Largo
IV. Allegro

 

A Sonata em Fá Maior apresentada neste recital é uma transcrição da versão original para Violino e Cravo. Nela podemos ouvir a sonoridade e outras características típicas do período Barroco da História da Música, tais como a delicadeza da articulação e algum virtuosismo. É certamente também influenciada pelas experiências vividas por Händel, que apesar de ter nascido na Alemanha e ter vivido a maior parte da sua vida em Inglaterra, viajou extensamente por Itália e estudou a fundo as técnicas de composição italianas, especialmente no que toca ao género operático.

 

Nesta Sonata nota-se o conhecimento e domínio de Händel sobre o violino (ele próprio foi violinista), sendo uma obra de grande beleza, liricismo e vivacidade.

 

GIOACHINO ROSSINI (1792-1868) - Introdução, Tema e Variações

 

Rossini é conhecido do grande público pelas suas óperas, muitas das quais continuam populares e com apresentações regulares nos dias de hoje. Aparte as suas composições operáticas, Rossini compôs também música instrumental, de que é exemplo esta Introdução, Tema e Variações para clarinete e orquestra, composta quando tinha apenas 18 anos.

 

O título explica a estrutura da obra: temos uma Introdução, lenta, a qual começa com um chamamento da orquestra/piano (um efeito muitas vezes usado por Rossini nas Aberturas das suas óperas, com o intuito de captar a atenção do público), seguido da entrada do solista com uma melodia doce e virtuosa (o clarinete é tratado como uma diva operática).

 

De seguida temos a exposição do Tema, de carácter alegre e divertido, e um conjunto de Variações, de diversos estilos, que desafiam as capacidades do clarinetista, culminando num final apoteótico.

 


Apoio: Horto do Campo Grande