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.:: Samuel Marques & Dana Radu Versão para impressão
Terça-feira, 27 de Abril de 2021 // 18:00 h

Samuel Marques e Dana Radu Recital de Clarinete e Piano por Samuel Marques e Dana Radu. Apoio: República Portuguesa - Cultura; DGARTES – Direção-Geral das Artes. Organização: Associação dos Amigos do Museu Nacional da Música. Bilhetes - Normal 5,00 / Sócio - 3,00, mediante reserva prévia.

 

A lotação da sala será restringida às primeiras 20 pessoas que fizerem a sua reserva por email ( Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar ) ou telefone (217710990, das 11:00 h às 17:00 h). Apenas as reservas efetuadas através destes dois contactos serão consideradas válidas.

 

O uso de máscara é obrigatório e estarão garantidas todas as normas de distanciamento social e higienização do espaço definidas pela DGS e em vigor à data do evento.

 

SOBRE OS MÚSICOS…

 

SAMUEL MARQUES, clarinetista, colabora regularmente como músico convidado com a Orquestra Gulbenkian, o Remix Ensemble Casa da Música, a Orquestra Filarmonia das Beiras e a Orquestra Filarmónica Portuguesa, bem como com a Mannheimer Philharmoniker (Alemanha). Tem colaborado com nomes como Martha Argerich, Joyce DiDonato, Maria João Pires, Arcadi Volodos, Waltraud Meier, Pierre-Laurent Aimard, Quarteto Vintage. É docente de Clarinete no Conservatório de Música da Jobra (Branca, Albergaria-a-Velha), Escola de Música do Colégio Moderno (Lisboa), Academia de Música da Quinta do Picado (Aveiro) e Academia de Música do Clube de Albergaria (Albergaria-a-Velha).

 

Samuel iniciou os seus estudos aos 5 anos de idade na Banda Visconde de Salreu, tendo depois prosseguido com Nelson Aguiar (Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian). Foi aluno dos professores António Saiote (ESMAE Porto), Stanley Drucker e Pascual Martínez-Forteza (New York University, Steinhardt School - Nova Iorque, EUA). Nesta última instituição foi Professor Adjunto de Clarinete.

 

Tem sido galardoado com vários prémios em concursos na Europa, Estados Unidos e América do Sul, bem como selecionado para diversos festivais de orquestra, tais como a National Repertory Orchestra (EUA), Castleton Festival Orchestra (EUA), World Peace Orchestra (EUA), New York Youth Symphony (EUA), Atlantic Music Festival (EUA), Neue Philharmonie München (Alemanha), Internationale Junge Orchesterakademie (Alemanha), Höri Musiktage Bodensee Festival Orchestra (Alemanha), entre outros.

 

Em 2017 foi galardoado com o 1.º Prémio no VII Concurso Nacional de Jovens Clarinetistas da Associação Portuguesa do Clarinete, 2.º Prémio no Concurso de Clarinete do 1.º Festival de Clarinete do Algarve e 1.º Prémio no IMKA Grand Prix Concert Competition. Foi convidado a participar no Alexander Arutiunian International Wind Festival (Arménia) onde realizou concertos com a National Chamber Orchestra of Armenia, concertos de música de câmara e lecionou uma masterclasse de Clarinete. Em 2018 obteve o 1.º Prémio no 6.º Concurso Internacional de Sopros do Alto Minho e o 3.º Prémio na II The North International Music Competition. Foi solista com a Orquestra da Costa Atlântica e jurado convidado do 6.º Concurso Nacional de Sopros “Sons de Cabral”.

 

Em 2019, lecionou masterclasses no Conservatório de Música de S. José da Guarda e na União Filarmónica do Troviscal. Foi instrumentista convidado da Rede Europeia de Academias de Ópera (ENOA) e selecionado para integrar a Orquestra do Festival Höri Musiktage Bodensee (Alemanha). Foi ainda galardoado com o 2.º Prémio no II Concurso Internacional José Massarrão. Em 2020 foi finalista do Silverstein Global Clarinet Contest e do concurso #iorestoacasa #suono per te! do Divertimento Ensemble (Itália), bem como professor convidado do 13.º Festival Internacional de Música da Figueira da Foz/Orquestra Nacional de Jovens. Samuel é artista Next Generation da Silverstein Works e encontra-se atualmente a exercer a posição de Solista B convidado na Orquestra Clássica do Sul.

 

DANA RADU é natural da Roménia e iniciou os seus estudos de música aos 6 anos de idade. Formou- se como solista na Universidade de Música de Bucareste, sob a orientação dos professores Viniciu Moroianu e Viorica Radoi.

 

Em 1993 obteve o 1.º Prémio no Concurso de Música Romena de Bucareste. Recebeu os Prémios Ludmila Popisteanu e Olga Szel de Piano solo no concurso Mihail Jora, em 1997.

 

Gravou diversos programas para a Rádio e TV de Bucareste e foi convidada a participar em festivais como Martian Negrea, Festival Internacional de Câmarade Brasov, Festival de Música de São José do Rio Preto, Festival de Música de Londrina, Festival Amazonas de Ópera, Festival de Música de Petrópolis e Festival Internacional de Campos do Jordão.

 

Atuou como solista com a Orquestra Sinfónica de Ploiesti, Orquestra Filarmónica de São Bernardo de Campo e Orquestra Sinfónica de Santos, tendo participado ainda em séries de concertos de música de câmara tais como Solistas da Osesp (Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo) e Uma temática poética do Lied, esta última ministrada pelo violoncelista e professor Peter Dauelsberg e realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (São Paulo, 2007). Em 2011 apresentou-se com o Quarteto Osesp, na Sala São Paulo.

 

Em 2012 e 2013 integrou a equipa musical do concurso Pré-Estreia, da TV Cultura. Gravou o CD Por toda minha vida com Ana Valéria Poles e, em 2012, a Missa Orbis Factor de Aylton Escobar, com o coro da Osesp. Com Emmanuele Baldini gravou Sonatas de Camargo Guarnieri, pela editora Bis, e o CD Cage +, em 2013.

 

Até muito recentemente exerceu atividade durante vários anos como pianista da Fundação Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo. Encontra-se agora a residir em Portugal, exercendo a função de pianista acompanhadora na Escola de Música do Conservatório Nacional Lisboa e na Academia de Música de Óbidos.

 

 

PROGRAMA E NOTAS

 

FRANZ LISZT (1811-1886) - Romance Oubliée

 

Franz Liszt compôs a obra Romance Oubliée (“Romance Esquecido”) por volta do ano de 1844, originalmente para Piano. Esta obra ficou esquecida até 1880, ano em que Liszt ouviu o violetista Hermann Ritter num concerto em Bayreuth, na Alemanha. De imediato transcreveu o Romance para Viola e Piano, tendo ainda criado versões para Violino e Piano, bem como Violoncelo e Piano. Neste recital escutarão uma versão para Clarinete em Lá e Piano. Nesta composição bastante curta, é possível escutar as angústias de uma alma perturbada, desde o início de carácter melancólico e rapsódico, em que o Clarinete começa sozinho, passando por uma secção do estilo de uma Cadenza, culminando num final pacífico.

 

GEORG FRIEDRICH HÄNDEL (1685-1759) - Sonata em Fá Maior para clarinete e piano, Op.1, N.º 12
I. Adagio
II. Allegro
III. Largo
IV. Allegro

 

A Sonata em Fá Maior apresentada neste recital é uma transcrição da versão original para Violino e Cravo. Nela podemos ouvir a sonoridade e outras características típicas do período Barroco da História da Música, tais como a delicadeza da articulação e algum virtuosismo. É certamente também influenciada pelas experiências vividas pelo seu compositor, Georg Friedrich Händel, que, apesar de ter nascido na Alemanha e ter vivido a maior parte da sua vida em Inglaterra, viajou extensamente por Itália e estudou a fundo as técnicas de composição italianas, especialmente no que toca ao género operático. Nesta Sonata nota-se o conhecimento e domínio de Händel sobre o violino (ele próprio foi violinista), sendo uma obra de grande beleza, liricismo e vivacidade.

 

JOHANNES BRAHMS (1833-1897) - Sonata em Mib Maior para clarinete e piano, Op.120, N.º 2
I. Allegro amabile
II. Appassionato, ma non troppo Allegro
III. Andante con moto - Allegro

 

Por volta de 1890, Johannes Brahms manifestara a intenção de se reformar da sua profissão enquanto compositor. Contudo, nessa altura assistiu a uma performance do clarinetista alemão Richard Mühlfeld que muito o impressionou, a tal ponto que o fez adiar a sua reforma o tempo suficiente para poder escrever as suas quatro obras finais, todas elas tendo o clarinete como protagonista. Uma dessas obras foi esta Sonata em Mib Maior, Op.120, Nº2, a segunda de duas sonatas que Brahms escreveu para clarinete e piano. O primeiro andamento, tal como o título indica, tem um carácter doce e terno (amabile). Podemos sentir a luminosidade e o calor da atmosfera sonora criada pelo timbre do clarinete. Já o segundo andamento tem mais ímpeto e balanço, é mais apaixonado (appassionato). É dividido em três partes, sendo que a secção central é mais sombria, mais solene, a sua música fazendo lembrar um hino de uma procissão. O tema inicial regressa na terceira parte, agora um pouco mais desenvolvido e solene, influenciado pela secção anterior. O andamento final começa com uma melodia que apresenta a luminosidade e calor do primeiro andamento, bem como o carácter processional e solene da secção central do segundo andamento, mostrando que esta Sonata é uma obra coerente, com as suas várias partes bem unificadas. Desta melodia partimos para uma série de variações, umas vezes gentis, outras vezes melancólicas, avançando até a um final grandioso e de carácter marcadamente Romântico.

 

ANDRÉ MESSAGER (1853-1929) - Solo de Concours

 

André Messager compôs a obra Solo de Concours em 1899, sendo a obra escolhida para o concurso anual do Conservatório de Paris. Messager, compositor francês, mas também organista, pianista e maestro, tornou-se uma figura de renome no meio musical de Paris e Londres. Enquanto compositor, ficou conhecido em grande parte devido às suas composições para espetáculos encenados em palco, tais como o bailado e a ópera. A sua música era apreciada na época pela sua inovação melódica e pela elegância e graciosidade tipicamente francesas. Estas características estão também presentes nesta obra para clarinete e piano, que se divide em três secções. A primeira é festiva e extrovertida, bastante ritmada; a segunda, mais emotiva, dramática mas ao mesmo tempo intimista, explora a relação entre os dois instrumentos, que se complementam e vão intercalando funções de protagonista e acompanhamento; segue-se uma cadenza (um momento em que o clarinete fica sozinho, demonstrando toda a sua versatilidade e virtuosismo através da exploração dos limites do instrumento), que faz a ponte para a terceira e última parte, bastante enérgica e frenética, acelerando até a um final apoteótico.